A existência deles vem à memória,
fragmentos de mim, de nós,
que em vida vivemos uma história.
Saudades emergem nubladas
na bruma da nossa relação,
afectividades extremadas
na memória do coração.
Rostos, imagens desfocadas
a que apelamos em vão,
coexistências apagadas
recordadas em oração.
A existência deles vem à memória,
fragmentos de mim, de nós,
que em vida vivemos uma história.
Sonhos nem sempre partilhados,
rosáceos espinhos sentidos,
gestos, sorrisos lembrados
nos jardins da vida vividos.
Afectos, carinhos trocados
na ternura de tempos idos,
ideias, trajectos trilhados,
ao vazio da terra reduzidos.
A existência deles vem à memória,
fragmentos de mim, de nós,
que em vida vivemos uma história.
Edite Pinheiro
Novembro, 01 / 2011