Serão as artes da política mais sedutoras do que as artes do amor?
- Não! Elas são análogas em maleáveis significações temporais desde que o ser humano adquire a sua figura (faces e contornos) povoada por sentidos e valores cujo estigma é a historicidade.
Tomemos como exemplo: a elegantíssima perna da
mulher. É a metáfora perfeita para a política portuguesa em que o défice é a
origem de toda a inquietude.
Rumando a norte, vindo dos oceanos, encontramos o “Reino
dos Algarves”.
Tomamos o gosto ao dedo do pé (na Ponta de Sagres -
Cabo de São Vicente) e seguindo para oriente navegamos ao longo da sensual
planta do pé até encontrarmos o calcanhar (Vila Real de Santo António) e um
pouco acima o primoroso tornozelo (na margem direita da bacia do Guadiana).A sensualidade e o exotismo da barriga da perna (Alentejo) sugerem-nos e sugestionam-nos memoráveis sensações. A oeste a canela transporta-nos até à elevação do joelho (Cabo da Roca - que Camões descreveu como o local “Onde a terra acaba e o mar começa”) onde os estímulos geram prazer. A partir daqui encontramos um campo de sensações e áreas mais sensíveis. Entre as ancas (a Serra da Malcata de um lado e a Serra da Lousã do outro) invadimos a privacidade da mulher (Montes Hermínios e o misticismo do Vale do Zêzere) e procuramos a comunhão com a derradeira realidade.
Feminilidade, sensualidade e fertilidade carregam
segredos pertinentes à natureza, à sexualidade e aos sentimentos e tal como na
política perspectivam a utilização de uma relação estratégica como fonte de
prazer.
As artes da política tal como as artes do amor são
resultado de um jogo estratégico.
Edite Pinheiro
Setembro, 18 / 2013
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