Dum pulo pôs-se de pé e aproximou-se de uma vendedora de manjericos e martelinhos de plástico, grandes e pequenos de todas as cores.
Uma multidão, num vaivém, subia e descia a Avenida dos Aliados batendo com os martelinhos nas cabeças uns dos outros, com espírito de alegria, sorrindo diziam:
- Posso?
E lá vai o João todo prazenteiro,
ora bate aqui, ora bate ali,
todo sorridente,
lá vai ele todo contente.
Nas Fontainhas,
ouviam-se vozes animadas de alegria,
o bater do martelinho,
o cheiro a sardinha assada
e o caldo verde quentinho.
Nos vasos os manjericos
que as vendedeiras vão regando
e os rapazes vão ofertando
às raparigas que aceitam na mão,
o manjerico, em troca do coração.
É bom quando ao entardecer sonhamos com o amanhecer.
Quando rimos junto das pessoas com quem partilhamos o dia-a-dia.
E no derramar das nossas mágoas, sentidamente aclaramos as nossas laudas.