Flor de Laranjeira

Flor de Laranjeira
Aqui sou simplesmente, feliz...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ODE AO DOURO


Em templo vasto
e grandioso
A pródiga natureza
serpenteando
Corres, quer gentil,
quer cavernoso
A sombra das encostas
matizando
No silêncio das águas
majestoso
Teu rosto distinto
espelhando
Em cenário imponente
e sumptuoso
Caminhos quase virgens
saltitando
Dum cenário rude
mas pomposo
Que o casario branco
mesclando
O verde e o castanho
faustoso
Por sobre o granito
pintalgando
Tornam o agreste
Vaidoso

No remanso das margens
registando
Em marcas da história
um venturoso
E longínquo passado
assentando
Na rudeza das pedras
o prodigioso
De contos imemoriais
fabulando
Tesouros escondidos
são ditoso
Em tuneis mitológicos
ondulando
Mouras encantadas
do fabuloso
Imaginário popular
arrolando
Um caminho de fé
esperançoso
Que trilhos de suor
amagando
Lágrimas de sangue
trabalhoso
Da escravidão do tempo
vão desenleando

Quimérico sonho,
e auspicioso
De terrenos rudes
transfigurando
Austero perfil
rugoso
Seco e inóspito
metamorfoseando
Em verde manto,
esplendoroso
De vinhas e socalcos
ombreando
História e cultura
no radioso
Xisto da paisagem
alternando
Com mitológicas oliveiras
no aparatoso
Mosaico de cores
frisando
O sangue e a luz
do respeitoso
Símbolo de luta e vida
alcançando
Doces águas,
rio orgulhoso.

Edite Pinheiro
Setembro, 24 / 2012

2 comentários:

  1. Este pedaço de Douro, parece meu, parece ser o pedaço de Douro que os meus olhos mais namoraram.
    Os teus olhos também conhecem a alma deste rio e por isso se soltou esta magnífica poesia.

    Beijo.

    ResponderEliminar